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Anestesia para cirurgia de coluna: dúvidas frequentes

É comum pacientes terem dúvidas a respeito da anestesia que serão submetidos para cirurgia na coluna. Conheça os principais questionamentos sobre tipos de anestesia, eficácia e segurança, além da duração dos efeitos anestésicos após a operação.

Dúvidas comuns antes da cirurgia

Anestesia para a cirurgia de coluna é seguro?

Sim. Nas últimas décadas houve grande evolução da anestesia, tanto em relação às medicações utilizadas, quanto aos equipamentos para monitorização do paciente. Isso aumentou a segurança para a realização de procedimentos cirúrgicos. Nos dias atuais, são muito raras complicações anestésicas graves, mesmo em cirurgias complexas em pacientes graves ou debilitados.

Anestesia para cirurgia de coluna precisa ser geral? Por que?

Não obrigatoriamente, embora seja preferida na maioria dos casos. A explicação está no fato que cirurgias de coluna são delicadas e eventuais movimentações dos pacientes durante o ato operatório poderiam atrapalhar o especialista em coluna. Na anestesia geral, o paciente dorme durante todo procedimento.

Outros fatores que influenciam na escolha do tipo de anestesia são:

  • Tempo de duração e tipo de cirurgia;
  • Posição que o paciente ficará durante o procedimento;
  • Preferência da equipe anestésica e cirúrgica;
  • Presença de doenças associadas;
  • Medicações em uso.

diversos estudos que comparam anestesia geral à regional para alguns tipos de cirurgias na coluna lombar. Ambas as técnicas são consideradas eficazes e seguras.

Há limite de idade (mínimo ou máximo) para receber anestesia?

Não há limite de idade para receber anestesia. Entretanto, deve-se sempre avaliar o risco e o benefício do procedimento, uma vez que pacientes em extremos de idade (muito idosos e bebês), apresentam maior risco de complicações.

Estou resfriado. Posso ser anestesiado?

Cirurgias eletivas (programadas) devem ocorrer com pacientes nas melhores condições de saúde possíveis. Dessa forma, caso não haja urgência neurológica, deve-se adiar o procedimento até que o paciente se recupere totalmente.

Qual anestesia se faz para infiltração na coluna?

Na maioria das vezes, a técnica anestésica utilizada para infiltrações da coluna é a sedação. Ela permite avaliar a resposta do paciente em sala, além de proporcionar recuperação rápida e alta hospitalar precoce. Entretanto, outras técnicas podem ser utilizadas em casos específicos.

Dúvidas comuns durante e após a cirurgia

 

Vou sentir dor durante a cirurgia? Vou lembrar do que aconteceu?

Atualmente, existem monitores que conseguem medir a “profundidade” da anestesia, por meio da leitura de ondas cerebrais. Isso facilita ao anestesista manter o paciente em sono profundo, minimizando o risco de ter lembranças ou sentir dor durante a cirurgia.

Vou acordar com dor depois da cirurgia?

A presença de dor após a operação depende do tipo de procedimento, da sensibilidade individual de cada paciente e da presença de dor antes da cirurgia. Todos esses fatores são levados em conta pelo anestesiologista para optar pelo tipo de anestesia e de medicações a serem utilizadas antes, durante e após a cirurgia.

Por quanto tempo após a cirurgia os anestésicos permanecem no corpo?

A maioria das medicações anestésicas tem efeito curto, embora a duração dos mesmos possa variar de pessoa para pessoa. Dessa forma, existem pacientes mais sensíveis, que podem dormir por tempo maior após a cirurgia. Nesse período inicial de sonolência, os pacientes são mantidos em repouso na sala de recuperação pós anestésica (RPA). O tempo de permanência na RPA é variável, mas costuma ser duas horas após cirurgias de coluna.

 

 

Autor: Dr. Marcio Brudniewski

Médico especialista em Anestesiologia pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo – FMUSP

Título Superior em Anestesiologia – TSA/SBA

Médico Anestesiologista do Hospital Israelita Albert Einstein

 

Dr. Alberto Gotfryd

Dr. Alberto Gotfryd é médico brasileiro referência em cirurgia de coluna vertebral. No âmbito acadêmico, possui Mestrado (2008), Doutorado (2012) e Pós Doutorado (2016) pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. É autor de mais de 45 publicações científicas em revistas médicas indexadas, escreveu capítulos de livros e ministrou mais de 130 aulas em congressos científicos no Brasil e no exterior.

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